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Archive for the ‘CopadoBrasil2007’ Category

Em seu blog, Milton Neves sentencia:

A Copa do Brasil de 2007 está manchada. Os dois finalistas, Fluminense e Figueirense, chegaram à decisão por conta de erros grosseiros de arbitragem.

Ao fazer essa afirmação, Milton Neves pondera também que o Botafogo só conseguiu chegar à semi-final graças a um erro de arbitragem.

Tudo verdade. Só faltou lembrar que o Palmeiras também foi prejudicado por um bandeira (homem, no nosso caso, o que prova que os machistas não tem razão). As arbitragens na Copa do Brasil foram um desastre.

Mas, mudando de assunto: vale a pena ler, no mesmo blog, o texto “Futebol na TV: a novela mais barata do Brasil” apontando como as TVs deveriam pagar muito mais aos clubes para transmitir o futebol brasileiro.

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Na última quinta-feira, o time e a torcida do Corinthians ofereceram um espetáculo deprimente no Pacaembu. A fraca equipe foi desclassificada, os torcedores revoltados invadiram vestiários, perseguiram jogadores e agrediram a jornalista Marília Ruiz. Informa o Lance!:

A torcida corintiana perdeu o limite após nova eliminação da equipe na Copa do Brasil na última quinta-feira para o Naútico, em pleno Pacaembu. E não foram só os jogadores que sofreram com a fúria dos ”torcedores”. Em um ato de pura covardia, um torcedor agrediu a colunista do LANCE! e repórter da TV Record, Marília Ruiz, enquanto ela fazia uma reportagem.

Enquanto cumpria com sua obrigações de jornalista, a repórter foi atingida com um chute. Indefesa, Marília caiu e recebeu novos chutes até ser salva pela Polícia. Companheiros de profissão que testemunharam o acontecimento ficaram perplexos com o vandalismo de alguns torcedores do Timão.

As imagens de vandalismo foram exibidas pela televisão, mas a condenação da atitude – como sempre acontece quando os arruaceiros vêm da Marginal Sem Número – foi pífia. Nem o fato de uma jornalista ter sido agredida fez as vozes se levantarem contra a “fiel”. E não é de hoje que essa torcida tem passado do limite, desde que começaram os fracassos da MSI ela vem tentando fazer o time jogar “no terror”.

Pior, a imprensa vive repetindo que o Pacaembu é a casa deles. Não é! O Pacaembu é um patrimônio público e não pode ser tratado como se fosse o quintal de meia dúzia de frustrados. Quando alguém destrói o Pacaembu estraga um dos imóveis mais bonitos da cidade de São Paulo.

O Corinthians, assim como qualquer clube cuja torcida faz besteira, deveria ser punido. Mas vai se fazer o quê, interditar a Fazendinha?

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Existe um descompasso fundamental no noticiário de futebol, em especial nos programas de mesa-redonda. Há mais tempo a se preencher do que fatos a relatar.

Quando o jornalismo feito é de qualidade, esse espaço é preenchido com análises e fatos históricos dos clubes.

Quando é ruim vira programa de fofoca, em que a polêmica é o sensacional a mostrar.

Não à toa, muitos dos programas são um teatro caricato de falsas divergências. Enquanto ninguém se leva à sério, tudo bem, é até divertido.

O problema é quando tudo se mistura, quando o teatro vaza e contamina a realidade dos clubes.

É o caso da ida de Edmundo aos EUA. Ele diz ter sido convidado e comunicou à diretoria. Esta, como um bom pai (já que Edmundo gosta de metáforas familiares), disse: vá filho, se a proposta é boa o importante é a sua felicidade.

Mas o filho não queria sair de casa, talvez só quisesse um aumento de mesada. E chorou, achando que estava sendo punido por seus erros recentes.

Mas o fato é que o erro veio depois da liberação, não antes. Antes do jogo do Ipatinga já se sabia da posição da diretoria.

Só que a imprensinha não gosta de fatos, principalmente quando eles atrapalham a polêmica, o drama, o teatro. Então acha melhor contribuir com o desentendimento, que vai gerar brigas que, por sua vez, geram manchetes.

E no domingo os cronistas podem dizer, do alto de sua sapiência: o Palmeiras está dispensando Edmundo poque perdeu o pênalti contra o Ipatinga. Se a versão é mais dramática que o fato, por que não ficar com a versão?

E dá-lhe lágrimas.

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A cobertura da desclassificação do Palmeiras pelo Ipatinga, por dolorosa que seja, traz coisas interessantes para quem se importa com o modo como o time é tratado pela crônica esportiva.

Por definição, o ofício jornalístico pode ser entendido como a compilação de um conjunto de fatos. O modo como você junta esses fatos é outra história. Importante mesmo é saber que, sem o fato, é bem complicado fazer jornalismo.

Um avião que cai é um fato. O não aumento dos juros é um fato. A mobilização de um monte de gente por uma causa é um fato.

O erro de um trio de arbitragem num jogo decisivo é um fato.

Pois bem, o jogo de quinta-feira teve um fato bem claro. O bandeirinha errou ao anular nos pênaltis a defesa, decisiva, do Diego.

Rolaram outros fatos também. O Edmundo perdeu um pênalti. O Michael se desentendeu com o Márcio Alemão. O David chorou pela desclassificação. Tudo isso justificaria um esforço de cobertura.

Alguns desses acontecimentos realmente foram noticiados. É interessante, porém, notar como o fato cabal da noite — o erro do bandeirinha — foi torcido na cobertura de alguns veículos (para dizer o mínimo).

Na Gazeta Espotiva, Lancenet, Terra Esportes e IG Esportes, era impossível, até o fim de noite de sexta-feira 06/4, ler qualquer manchete explicitando o erro de arbitragem. No máximo, algo como:

“Palmeiras promete protesto contra a arbitragem” (Terra Esportes)

Uma chamada que, a bem da verdade, é comum a qualquer decisão mais acirrada– existindo erro de arbitragem ou não.

E que, ao falar assim só da reclamação palmeirense, está mais próxima de é colar no time uma imagem de mau perdedor.

O que se encontrava mesmo eram notícias do tipo:

“Blindado por Cipullo, Caio Jr. pensou em abandonar o futebol” (Gazeta Esportiva)

ou

“Amaral continua no Verdão, Michael é dúvida” (Lancenet)

Bom, essas são duas manchetes que, no mínimo, mostram muito bem as linhas de força que vêm guiando a cobertura do Verdão pela imprensinha.

Como assim, “Blindado por Cipullo, Caio Jr pensou em abandonar o futebol”? Sem qualquer outra manchete destacando o erro de arbitragem, quem entra no site e lê essa chamada junto da notícia da desclassificação tem a impressão de que o departamento de futebol do Palmeiras enlouquece qualquer um.

E “Amaral continua no Verdão, Michael é dúvida”? Quer dizer que para a imprensa o Palmeiras é um time tão amador que o fato de o Amaral ter perdido um pênalti é motivo para dispensa? Porque para se ter essa afirmação, alguém perguntou. E se perguntou, é porque acha que o time podia dispensar. Ou isso, ou é só má vontade.

Para piorar, ao se ler a matéria percebe-se que ela se refere apenas à escalação do time titular para o jogo contra o Guaratinguetá. Se essa é a pegada do texto, porque não dar a manchete “Amaral continua titular no Verdão, Michael é dúvida”?

Em meio a isso tudo, vale destacar a cobertura do GloboEsporte.com. Lá, os caras falam em várias chamadas que foi um erro de arbitragem bisonho.

É importante lembrar que o jornalismo das Organizações Globo, em se tratando de esportes, é umbilicalmente ligado ao departamento de marketing. Joga para a torcida, interessado mesmo é em garantir audiência. Nem que para isso acabe misturando notícia e entretenimento.

Mas isso é outra história…

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